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Diego Santos

O vírus da dengue em tempos de pandemia

A pandemia ocasionada pela Covid-19 trouxe um enorme desafio ao Sistema de Saúde brasileiro com o crescimento acelerado no número de infectados e, consequentemente, de óbitos. Mas esse não é o único problema. O país ainda tem que enfrentar o vírus da dengue, que parece estar sendo ignorado ou menosprezado durante o atual período de quarentena.

Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mais de 1.6 milhão de casos de dengue foram registados nas Américas somente nos primeiros 5 meses de 2020, sendo a maioria dos casos no Brasil, com 1.040.481 casos, que corresponde a 65% do total. A doença representa uma das mais sérias complicações de saúde pública no país, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e proliferação do vetor.


Entretanto a alerta da pandemia faz com que as atenções se voltem para o avanço do coronavírus, de modo que o combate ao mosquito Aedes aegypti seja relegado a segundo plano das preocupações. Além disso, a situação de coexistência da pandemia do Covid-19 com a epidemia de dengue piora o quadro de ambas as doenças uma vez que tende a acarretar na sobrecarga do sistema de saúde.


Os sinais da dengue já são conhecidos: febre, dor de cabeça, dores no corpo e náuseas; e nos casos mais graves (dengue hemorrágica): sangramentos no nariz e gengiva, dor abdominal e vômitos persistentes. Os sintomas do coronavírus tais como febre, tosse, coriza e dor de garganta se assemelham mais a um resfriado mas podem ser confundidos com a dengue, o que atrapalha ainda mais.


Outra situação adversa trazida pela pandemia é a necessidade do isolamento social que impossibilita a entrada dos funcionários da prefeitura nas casas habitadas para fazer o trabalho de prevenção da dengue: o coronavírus requer que as pessoas fiquem em casa, então os agentes não estão podendo entrar nas casas, para não ser vetor de contaminação para os moradores e não serem contaminados. O problema é que a maior parte dos focos estão dentro das residências habitadas.


Dessa forma, é imprescindível que a população em isolamento social aproveite para checar nas suas casas possíveis locais de acúmulo de água, favoráveis ao desenvolvimento do mosquito tais como vasos de plantas, calhas, cestos de lixo, baldes, piscinas e até mesmo recipientes pequenos como tampas de garrafa. É responsabilidade de todos ajudar no combate a transmissão da dengue, sobretudo neste momento em que a doença perdeu protagonismo na mídia e nas discussões de saúde pública.




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