A Luta das Mulheres contra a Violência de Gênero
Todos os dias no ambiente acadêmico, seja em sala de aula ou fora dela, ouvem-se reclamações acerca de comportamentos inadequados por parte dos estudantes, docentes ou funcionários em relação às mulheres. Por vezes o comportamento aparece disfarçado, de maneira sutil e passa despercebido e, por outras, escancarado. O assédio sexual e moral é um dos maiores problemas enfrentados pelas mulheres, e principalmente pelas estudantes. Além de tirar a liberdade da mulher de ocupar os espaços públicos, escolher caminhar sozinha ou de escolher o que vestir, esse tipo de violência pode culminar em sérios danos psicológicos e traumáticos para as vítimas.
Esse comportamento não é natural. É inaceitável que as mulheres permaneçam, cotidianamente, sendo vítimas da violência verbal e oprimidas por velhos costumes que se rejeitam a serem apagados, até mesmo no meio estudantil. São diversas as formas pelas quais se caracterizam o assédio sexual. A violência mental é uma delas, de maneira silenciosa, a coerção para forçar uma pessoa a fazer algo que não deseja talvez seja ainda uma das práticas mais usadas entre os estudantes, principalmente em festas. A coerção pode ainda ter um efeito prolongado, como convites constantes e insistentes para sair ou conversas impróprias de conotação sexual, ou pode ser mais rápida, como tocar uma mulher de forma inapropriada, além de violação e abuso sexual.
Da mesma maneira, os assédios sexual e moral estão ligados ao poder. É necessário que os homens compreendam que os corpos das mulheres não são mercadorias disponíveis ao uso, que não são públicos e que todo comportamento sexual inaceitável é classificado como assédio. No meio estudantil veem crescendo o número de mulheres que estão expondo agressões e assédios; percebe-se que a maioria dos casos se apresentam de maneira coercitiva e culpabilizadora. É importante ressaltar ainda que o assédio não vem apenas de outros alunos. Não é difícil encontrar estudantes que já foram assediadas por docentes e funcionários e a situação pode ser amedrontadora, pois muitas alunas se sentem fora das condições de dar a resposta adequada à situação, temendo inclusive o futuro da sua vida acadêmica.
As mulheres não devem temer, devem continuar verbalizando tudo que as desagradam, denunciando, e se mantendo unidas para que os danos à saúde mental de suas companheiras sejam reduzidos, uma vez que uma mulher que se levanta contra uma situação de assédio tende a ser sempre questionada. Não importa se o assédio é ou não intencional, o essencial é reconhecer a existência de uma vítima e a existência de um assediador que se vitimiza de forma manipulatória e falsa. Por isso, mulheres, permaneçam unidas, e denunciem todo e qualquer caso de assédio. As mulheres que se sentirem violadas podem fazer as denúncias pelo telefone 180 ou procurar o plantão 24 horas do Centro de Referência da Mulher para que sejam acolhidas e orientadas. A Delegacia da Mulher e a Polícia Civil também atende os casos de violência para registrar os BO’s. Mesmo que o ato da denúncia não seja fácil, é fundamental para que os assediadores não saiam impunes, para que as outras mulheres ganhem confiança e denunciem. Juntas vamos mais longe.
Local e contato da Delegacia de Defesa da Mulher e do Centro de Referência da Mulher na cidade de Araraquara.